GOVERNO DE MALANJE E OMS REFORÇAM RESPOSTA À CÓLERA NA PROVÍNCIA
O Governo Provincial de Malanje, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), traçou novas estratégias para reforçar a vigilância epidemiológica e conter a propagação da cólera na província.
As medidas foram apresentadas durante um colóquio realizado nesta Quarta-feira, 15, no Auditório do Instituto de Tecnologia Agro-Alimentar (ITA), promovido pela Faculdade de Medicina da Universidade Rainha Njinga a Mbande.
Durante o encontro, o Vice-Governador para o Sector Político, Social e Económico, Franco Mufinda, destacou acções como a vacinação de mais de 15 mil pessoas, a distribuição de água potável e a construção de infraestruturas sanitárias, sublinhando que o envolvimento comunitário é essencial para o sucesso das políticas de saúde pública.
“O nosso trabalho não se limita ao combate à cólera. Estamos igualmente empenhados em reforçar a resposta a outras doenças de notificação obrigatória, como a pólio, o sarampo e a febre amarela. Estas continuam a representar desafios relevantes de saúde pública e exigem a mobilização activa das famílias, das comunidades, do governo e das autoridades sanitárias.” Afirmou.
Por sua vez, a decana da Faculdade de Medicina, Tazi Nimi Maria, salientou que a notificação obrigatória de doenças é determinante para garantir respostas rápidas e eficazes, reforçando que transformar dados em ação é a chave para proteger as comunidades.
Já a consultora da OMS, Joana Admiro, reconheceu os progressos alcançados na vigilância epidemiológica, mas apontou dificuldades de comunicação e limitações logísticas em zonas remotas. Ainda assim, destacou o impacto positivo da cooperação entre a OMS, o Governo Provincial e parceiros como o projeto Redisce, apoiado pelo Banco Mundial.
Durante o colóquio, foram apresentados resultados como a capacitação de técnicos, a implementação de sistemas digitais de monitorização, o reforço laboratorial e as campanhas de vacinação de resposta rápida.
Entre os principais desafios continuam a estar a escassez de recursos humanos e a resistência comunitária em algumas localidades.
A província de Malanje registou até ao momento 1.182 casos e 31 óbitos desde o início do surto de cólera.